sábado, 22 de março de 2008

Salve Jorge!

Hoje aniversaria um dos artistas mais versáteis da MPB - Jorge Benjor (66 anos). Vivi grande parte da minha adolescência ouvindo suas músicas, pois meus irmãos mais velhos o adoravam e, como não podia deixar de ser, comigo também não foi diferente. E o conheci justamente na sua fase mais fértil.
Anos mais tarde, peguei a fase dos shows promovidos pela Prefeitura em espaços públicos do Rio - principalmente nas areias de Copacabana. Tempos bons aqueles em que se podiam assistir a bons shows sem pagar um tostão por isso. Ou melhor, no meu caso, o dinheiro era canalizado para as latinhas de cerveja consumidas na areia. Lembro também que nessa época assisti a vários shows do "síndico do Brasil" Tim Maia. Diziam que tinha a fama de não comparecer aos shows, mas felizmente não conheci esse seu lado. Ele não faltou a nenhum desses shows patrocinados pela Prefeitura. E ainda se apresentava na maior sobriedade e dava conta do recado, agradecendo aos organizadores pela qualidade do som. Um verdadeiro lorde!
Voltando ao querido "Babulina", escuto muita gente falando do seu manjado repertório para os shows. Tem pessoas que já sabem até a ordem das músicas a serem tocadas. Lamento muito isso, pois Benjor possui um vasto repertório de músicas maravilhosas e discos que considero verdadeiros clássicos. "A Tábua de Esmeralda" (1972), por exemplo, entraria na lista dos 10 melhores discos da MPB de muito pesquisador de música.
Falando em melhores discos da MPB, gostaria de abrir outro parêntese para falar um pouco disso (acho que até que merecerá mais adiante uma coluna somente sobre o assunto). Para aqueles que ainda acreditam que existe "programa bom" na televisão, cito uma cena acontecida na minissérie "Queridos Amigos" em que um personagem da trama presenteia um casal de amigos com o disco duplo "Clube da Esquina 2" de Milton Nascimento. Senti um arrepio tão grande, pois considero este disco a minha maior relíquia da minha humilde e variada discoteca. Isso sem querer entrar em questões de gêneros musicais. Se tivesse que salvar somente um disco, salvaria este.
Outro detalhe curioso da vida de Benjor é que no início da carreira era frequëntador assíduo da turma do Bar Divino, na Haddock Lobo (Tijuca). Dessa turma faziam parte Roberto e Erasmo Carlos, Gonzaguinha e Tim Maia.
Falar de Benjor hoje é falar de bons tempos vividos no passado. Viva Zé Pretinho!

Gostaria de agradecer a força e os comentários carinhosos de Patrícia Lima(terminando seu doutorado nos States), Isabella Zappa(minha mais nova colega de trabalho) e Heliani Saviolo(prima postiça). Prometo que tentarei me manter presente por aqui de alguma forma.

8 comentários:

Simoninha disse...

Antes de tudo: salve! Peço licença para falar de uma implicância minha: não consigo,e me recuso, chamar nosso Jorge Ben de Benjor. Alguns artistas mudaram seus nomes em razão da numerologia, mas no caso dele teria sido por um motivo comercial: evitar que ele fosse confundido com o guitarrista americano George Benson. Na época Jorge Ben estava tentando carreira internacional. Como eu sempre fiz diferença entre os dois, nunca chamei Jorge Ben de Jorge Benjor. Não sei nem o que ele pensa disso, mas eu seguirei o chamando de Ben.

Isabella Zappa disse...

Meu Deus, mas você é um profundo conhecedor de música!! Ainda vamos bater vários papos musicais!
Bom, confesso que não sou tão fã do jorge Benjor, mas do clube da esquina... adoro!!!!
"Salve simpatia!!"
Bjs

Claudia Picanço disse...

Eu também salvaria esse disco, Zé.
um beijo

DARS disse...

Uau Zé, você realmente tem se revelado um cronista atento e sensível.. gostaria até que você discorresse mais sobre o arrepio tão grande que a minissérie da Globo te provocou... hehe..

'Braço, Daniel.

Toinho Castro disse...

zé!!!! tú é maluco?!?!
agora eles vão te encontrar!

mas tudo bem, estamos juntos nessa. jogue suas coisas dentro de uma mala e abandone a cidade.

estamos fundando uma comunidade de adoradores dos discos voadores e vamos te abrigar lá. você pode levar um disco! é uma grande responsabilidade.

o mundo acabou,zé... e são vão restar os blogs.

Toinho Castro disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Toinho Castro disse...

hora de partir, zé!!

Unknown disse...

Que charme esta croniqueta de vocês! Registro amoroso e elegante de nossa cidade ... beijocas pelo mosaico a quatro mãos !!!! Aguardo mais gravuras do tempo...